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quinta-feira, 14 de março de 2019

Momento de Poesia


Os Carvalhos

O carvalho
Grande e robusto
Mas também,
Pequeno como um arbusto.

Árvore antiga,
Tão nobre, que merece uma cantiga.
É el que de muitos
Enche a barriga.

E porquê ....?
No Inverno, os javalis
Comem suas bolotas.
No Outono,
Enche o chão até às minhas botas,
Com as suas folhas alaranjadas.

É o senhor bombeiro do bosque!
Porque na mata,
Não há ninguém que mate
Mais que os lenhadores,
Do que uma luz
Quente,
E ardente
Aparece de repente
Mata tudo até à serpente

Arde tudo
Não escapa nada
E quem salva a floresta
Desta enrascada?

De folhas verdinhas
De madeira robusta
É um pássaro?
É um avião?
Não, é o Senhor Carvalhão.

Senhoras e Senhores
Com uma esplêndida resistência
Aos fogos
É o escudo do mato,
Sem eles acontecem horrores!

Carvalhos, carvalhões
De antes aos milhões
Agora tão reduzidos
Porque nestes bosques vendidos
Os maiores bandidos
Somos nós.
Acabamos com os carvalhos,
arranjamos eucaliptos
ou milheirais
com espantalhos

este é o fim
dos carvalhos
e adeus às manhãs
húmidas de orvalhos.


Dinis Raimundo, fevereiro de 2019